Departamentos
Em 1973/74, o termo “departamento” designa tanto as áreas onde matérias diferentes se distribuem e organizam em pacotes mais ou menos interdisciplinares (Arte, Imagem, Estudos Teóricos, Design), como as diferentes vias para obter uma formação continuada e dirigida (caso em que o Design seria, nesta altura, o único verdadeiro departamento). Fora desta estrutura inicial ficam os Cursos Livres de curta duração, as Sessões para Jovens, as Cadeiras Semestrais de Iniciação e toda uma intensa programação de actividades culturais e espectáculos periódicos visando complementar a formação. Em 1976/77, “sectores” é a designação geral caracterizando as 4 áreas que estruturam os cursos semestrais de formação/aprendizagem: Artes Plásticas, Audiovisuais, Fotografia e Oficina Gráfica. A partir daqui, torna-se claro que a classificação de áreas sob o nome de departamentos, sectores, oficinas, ateliers ou outras designações corresponde a uma vontade (que se vai tornando numa realidade) de poder oferecer horizontes formativos algo especializados, implicando programas eventualmente continuados. Mas a delimitação destas áreas “centrais”, que progressivamente se estruturam, não faz com que o Ar.Co deixe de conceber a formação como sendo também eminentemente eclética, transversal e capaz de suportar as mais diversas e personalizadas opções de frequência. Assim, quando o Plano de Estudos em Artes e Comunicação Visual (com 6 semestres) surge como mais uma opção em 1978/79, ele compreende a frequência de vários “sectores”, que sendo também “ateliers” não esgotam a lista destes últimos (e que não serão os mesmos, necessariamente, de ano para ano). Não só o número de sectores varia, a sua designação varia também: em 1980/81 o Design Gráfico passa a Desenho Gráfico e a Madeira deixa de constar da lista dos sectores (o mesmo acontecendo, dois anos depois, aos Audiovisuais e à Gravura). Em 1983/84 os sectores de formação/aprendizagem adquirem relativa estabilidade e, sendo essencialmente áreas curriculares de formação prática, mudam o seu nome para “oficinas” (muito embora surjam áreas de estudo com autonomia que não são propriamente oficinas, como a História e Teoria de Arte, criada em 1986/87). Tendencialmente, um sector ou departamento será uma área que oferece a possibilidade de uma frequência estruturada e continuada (de modo a que a formação se possa chamar, não apenas básica, mas também “completa”). Em 1987/88 a Cerâmica vem juntar-se à lista das Oficinas (Desenho, Desenho Gráfico, Escultura, Fotografia, História e Teoria da Arte, Ourivesaria e Pintura) e no ano seguinte estas tomam finalmente o nome de Departamentos. Passam a incluir o Vidro (inicialmente em conjunto com a Cerâmica mas autonomizando-se em 1989/90) e a Ourivesaria muda o seu nome para Joalharia. Em 1992/93, o Curso Avançado de Fotografia e o Curso Avançado de Artes Plásticas passam a ser mencionados em conjunto com os departamentos, constituindo extensões relativamente autónomas dos mesmos (mas que obrigam a uma selecção formal mais exigente e constituem uma etapa eminentemente profissionalizante, como é também o caso do “Seminário Avançado de Design de Comunicação” entre 1995 e 2001, ou do “Seminário Avançado de Ilustração” em 1999/00). Dos anos 90 em diante, nomes como “Centro” e “Oficina” passarão a designar tendencialmente serviços técnicos ou áreas de formação especializadas, que ora complementam a formação de um ou mais departamentos, ora constituem áreas eminentemente experimentais (Vidro, Gravura, Vídeo, Tipografia). Em 1999/2000 a Ilustração passa de disciplina (inserida no Desenho) a departamento autónomo, alterando o seu nome em 2001/02 para Ilustração/Banda Desenhada. O mesmo sucede com o Vídeo em 2004/05, que passa de centro a departamento com o nome “Vídeo/Som e Novos Media de Autor” e o altera em 2005/06 para “Vídeo/Audio e Novos Media” e em 2007/08 para “Cinema/Imagem em Movimento”. Face a uma descida continuada dos números de inscrições, o departamento de Design Gráfico é extinto em 2013, mantendo-se a oficina de tipografia na Quinta de S. Miguel, Almada. Também a formação básica em Escultura se torna inviável e o departamento fecha em 2014, passando a escultura a constituir uma prática possível apenas a nível do Curso Avançado de Artes Visuais e de Projecto Individual.