Multidisciplinar
Quando o Ar.Co abre as suas portas em 1973 a sua oferta é já eminentemente multidisciplinar (e, bem assim, transdisciplinar e interdisciplinar). Com uma estrutura pedagógica rudimentar, a escola publicita a variedade de opções nas modalidades de frequência, sugerindo cruzamentos entre áreas disciplinares: “em cada curso vários percursos”. Como complemento da formação, promove-se uma abundante e variada programação de eventos culturais (exposições, conferências, cinema, teatro, marionetas, música, etc.). No folheto informativo de 1973/74 pode ler-se que o Ar.Co “opta por uma estrutura de ensino que integra e relaciona (...) cadeiras semestrais com investigação e colaboração com entidades e instituições culturais e profissionais, nomeadamente na realização de Actividades Especiais, Cursos Livres e execução de trabalhos profissionais” permitindo “a alunos e professores o estudo e experiência das relações de meios de expressão normalmente tidos como independentes”. Em 1979/80 dir-se-á que o Ar.Co “tem desenvolvido uma prática interdisciplinar e criativa, através da realização, no mesmo espaço, de actividades complementares: programas de formação/aprendizagem, projectos experimentais e espectáculos.” O “interdisciplinar” do Ar.Co vai pois, claramente, além do simples cruzamento de disciplinas académicas: estas devem ainda cruzar-se com outros domínios e formas do conhecimento. Por isso a ideia geral de uma formação sempre “complementada” é inerente ao projecto da escola e, de diversos modos, determina a sua política pedagógica até ao presente. Assim, seguir um percurso de formação incluirá: poder “optar” (por uma ou várias áreas disciplinares ou modalidades de frequência, de modo sequencial ou simultâneo), beneficiar da abertura dos programas departamentais uns aos outros (sob a forma de cursos ou unidades de formação eventualmente partilhadas), participar em iniciativas para além da “sala de aula” (exposições, conferências, apresentações especiais, dentro e fora da escola) ou, em geral, seguir um ritmo e uma direcção pessoais (frequentando fragmentariamente num dado momento esta ou aquela área de treino disciplinar, utilizando este ou aquele serviço no âmbito de um projecto próprio, etc.). À medida que os programas formativos se tornam mais estáveis, organizados e competitivos, passará para as mãos da Direcção, em conjunto com os departamentos e com os professores, a responsabilidade de criar “pontes”, interferências, surpresas e situações de transversalidade nos percursos individuais.
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Cartaz/desdobrável para "40 Noites de Verão", Ar.Co, 1977.
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Jorge Peixinho (Grupo de Música Contemporânea). Ar.Co, Lisboa, 1978.
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Anúncio de conferência de Monsenhor Pierre Riches, "creativity, Religions and Belief", 1998.
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Conferência de astronomia no âmbito das comemorações "Ar.Co 40 Anos". Nuno C. Santos. Culturgest, Lisboa, 2013.
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Workshop-Performance Ar.Co no Museu Nacional de Arte Antiga, 2013. Miguel Branco, Tiago Barbosa e participantes.
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Conferência de Neurociência no âmbito das comemorações "Ar.Co 40 Anos". Rui Costa. Culturgest, Lisboa, 2013.
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Workshop "Desenho de Autor" com António Poppe, Ar.Co, Lisboa, 2008.