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Escultura

A actividade formativa em escultura inicia-se em 1973, com Graça Costa Cabral, Artur Rosa e Waldemar d’Orey, estando a disciplina “Introdução à Escultura” integrada no chamado Departamento de Arte, juntamente com o Desenho, a Pintura e a Serigrafia. No âmbito do Curso de Formação Básica – que é a proposta integrada do Ar.Co no momento, sob a égide do Design – existe a disciplina “3 Dimensões”, orientada por Graça Costa Cabral. O ano de 1979 constituitá um importante ponto de viragem para a Escultura (ainda orientada por Graça Costa Cabral no âmbito dos programas de formação/aprendizagem): João Cutileiro realiza no Ar.Co um curso intensivo com tecnologia moderna e abrasivos de alta velocidade, a que se seguirá a criação da Oficina de Pedra do Ar.Co (1979/82, da responsabilidade de Graça Costa Cabral). As acções desenvolvidas pelo Ar.Co com a Utilpedra entre 1978 e 1982  incluem exposições colectivas e estágios de escultura em várias cidades do país, o pioneiro “Simpósio Internacional de Escultura em Pedra – Évora 81” (a que se segue, em 1982, a exposição itinerante “Nova Escultura em Pedra - uma experiência”, com apresentações em Almancil, Lisboa, Batalha, Porto, Vila Real e Évora). Em 1985, realiza-se o “Simpósio Internacional de Escultura em Pedra – Porto 85”. No folheto informativo de 1988/89, o sector de Escultura surge como integrando o programa de formação/aprendizagem e o Centro de Escultura e Design em Pedra, na Quinta de S. Miguel em Almada. Em 1989 a Escultura recebe na Quinta de S. Miguel o japonês Koji Enokura, que aí desenvolve um workshop e deixa construída uma peça de exterior em cimento, com o apoio da Secil. O corpo pedagógico da altura é constituído por Graça Costa Cabral (responsável do departamento), Maria Felizol, Sérgio Taborda, Jean Campiche e Francisco Rocha, aos quais se virão juntar Ângela Ferreira e Gilberto Reis. Em 1991/92 o departamento funciona nas instalações da Rua de Santiago 18 em Lisboa (para madeira e metal) e na Quinta de S. Miguel e tem como responsável Ângela Ferreira. São acentuadas questões sobre a relevância e eficácia da expressão artística a nível de conteúdos, em detrimento de aspectos meramente técnicos e formais. Além dos nomes anteriores, colaboram António Campos Rosado, Rui Sanches e Rui Chafes. Em 1994/95 o corpo pedagógico incluirá ainda Fernanda Fragateiro, Luísa Cunha e Gilberto Reis tornar-se-á, no ano lectivo seguinte, o novo responsável pelo departamento. A orientação pedagógica torna-se, ao mesmo tempo, mais concreta - incidindo sobre as possibilidades plásticas e expressivas dos materiais em detrimento da dimensão ideológica do fazer - e recupera o espaço da instalação e das novas tecnologias para a zona da Escultura. A partir de 1999/00 e até 2004/05 o departamento é dirigido por Rui Sanches e tem como professores Sérgio Taborda, Joana Vasconcelos, Francisco Tropa e Leonor Antunes. Devido ao número sempre relativamente pequeno de inscritos opta-se por reunir os alunos das diversas fases num único grupo de trabalho. Continua o recorrente debate sobre a forma de integrar as tecnologias na aprendizagem da escultura, experimentando-se durante algum tempo incluir no corpo docente um elemento dedicado a apoiar os aspectos técnicos dos projectos dos alunos (Luís Romano). Acaba por se formalizar a presença, em horário regular, de um técnico de oficina (Teodomiro Carvalho e Luís Filipe Correia) e cria-se um espaço dedicado às tecnologias mais utilizadas. A realização de projectos de grupo e exposições em espaços exteriores ao Ar.Co torna-se também central no processo de aprendizagem. Entre 2004/05 e 2007/08, Francisco Tropa dirige o departamento e imprime ao curso um carácter muito aberto, baseado num amplo programa de convites que inclui artesãos/técnicos especializados, artistas e teóricos de várias áreas (são os workshops especiais e as “Conversas no Atelier de Escultura”). Participam Venâncio Neves, João Queiroz, Sancho Silva, André Maranha, Tomás Maia, Nuno Faria, Rui Sanches, André Castro, Sérgio Taborda, António Marques, Ricardo Jacinto, José António Fernandes Dias, Leonor Antunes, Pedro Paiva e João Maria Gusmão, Tomás Viana, António Feijó e Suzanne Themlitz. Os exercícios escolares são desenvolvidos em grupo, podendo envolver não só os alunos como outros colaboradores e consistem frequentemente na preparação de exposições/apresentações a realizar fora da escola: é o caso de  “Exercício - Departamento de Escultura do Ar.Co” (Galeria Fernando Santos, Porto e Espaço Bartolomeu de Gusmão, Lisboa, em  2005), do projecto performativo e de instalação  “Sim Não” (apresentado no Museu de Serralves em 2006 e resultante do exercício escolar “Abrigos”, concebido pelo próprio Francisco Tropa) e de “Nota de Encomenda” (baseado nas “novas Impressões de África de Raymond Roussel e apresentado em 2008 na Galeria da Livraria Assírio & Alvim). Em 2008/09 (e até 2010/11) Rui Chafes é o novo responsável do departamento. Mantém uma concepção de ensino virada para uma experiência alargada da disciplina, lançando exercícios elementares a partir de proposições, não só formais, mas poéticas e artísticas num sentido lato. Os convites privilegiam o contacto dos alunos com outros criadores (Alberto Carneiro, João Miguel Fernandes Jorge, José Pedro Croft, João Queiroz, Francisco Tropa, Fernanda Fragateiro, Pedro Paiva/João Maria Gusmão, Vitor Rua, Pedro Sousa Vieira, Pedro Costa e Sara Antónia Matos, que tanto apresentam o seu trabalho como sugerem exercícios ou elaboram comunicações mais teóricas). Gustavo Sumpta divide consigo a orientação e elaboração do Curso, Leonor Pêgo assegura o apoio técnico com realização de workshops específicos (que aqui e além recorrem a outros praticantes especializados: Rui Vasquez para “Moldes” em 2011) e há um contínuo intercâmbio entre a Escultura e o Departamento de Cinema /Imagem Movimento, da responsabilidade de Marcelo Costa (o workshop “Composição Musical” de Ricardo Guerreiro e Miguel Cardoso, em 2010, é partilhado com a Escultura). Sara Antónia Matos sucede a Rui Chafes em 2011/12 na orientação do departamento, mantendo o essencial do programa anterior e propondo exercícios que permitem compreender a tradição escultórica a partir da prática, em função de certos valores estruturais: peso/leveza, cheio/vazio, volume/superfície/linha, rigidez/plasticidade. O programa regular passa a integrar um “Curso Teórico de Escultura”, permitindo aos alunos criar um mapa de referências específicas à área. São convidados criadores (Ricardo Jacinto, Francesca Bertozzi, Carlos Nogueira, Nuno Sousa Vieira, Igor Jesus e Rita Ferreira) mas envolvem-se agora também curadores e teóricos da área (nomeadamente, Miguel Wandschneider, Liliana Coutinho, Pedro Faro) e deslocam-se algumas aulas para o espaço das exposições, com a presença dos seus comissários e artistas. As aulas do programa regular integram também os alunos em Projecto Individual e dá-se particular atenção aos modos expositivos e à finalização das peças no espaço, preparando os alunos para as primeiras apresentações extra-escolares. O número médio de alunos permite um acompanhamento personalizado, com tutorias em conjunto regulares. Gustavo Sumpta mantém seminários e em 2013 Sérgio Reis assegura o apoio das oficinas práticas, insistindo no rigor da componente técnica. Partilhando as aulas com outros departamentos, o curso volta a adquirir uma acentuada carga horária de Desenho. A formação básica torna-se inviável em 2014 e o departamento é formalmente extinto. A escultura passa a existir como uma disciplina material/prática expressiva entre muitas outras a nível do Curso Avançado de Artes Visuais e dos Projectos Individuais.


  • Large escultura in c. artur rosa

    "Iniciação à Escultura" com Artur Rosa, Ar.Co, 1973.

  • Large inicia  o a escultura 1973 74 graca costacabral 02

    "Iniciação à Escultura" com Graça Costa Cabral. 1973-74.

  • Large exerc esc 2008 09 img 9509xxxx

    Exercício de Escultura com Rui Chafes e Gustavo Sumpta, Ar.Co, Lisboa, 2008.

  • Large escultura 6 projectos de alunos prof gra a costa cabral 79 80

    "Escultura" com Graça Costa Cabral. Projectos de alunos. 1979/80.

  • Large estagio escultura pedra a chissano out 81 mar 82 arco lisboa

    Estágio de escultura em pedra no Ar.Co. Alberto Chissano, 1981-82.

  • Large cream dream proj na escultura 2000 joana vasc e vitor rua

    "Cream Dream". Projecto na Escultura de Joana Vasconcelos e Vítor Rua, Ar.Co, 2000.

  • Large dscn0025xxxx

    Departamento de Escultura. Exercício "Abrigos" para o projecto SIM NÃO de Francisco Tropa. 2006.

  • Large w koji enoukura 1989

    Workshop de escultura em cimento com Koji Enokura e apoio SECIL. Quinta de S. Miguel, Almada, 1989.

  • Large 1987 cursos fse oficina de pedra almada ii

    Cursos do Fundo Social Europeu - Escultura. Quinta de S. Miguel, Almada, 1987.

  • Large a workshop aias escultura out 1992

    Escultura - Workshops AIAS, Outubro de 1992, Ar.Co, Lisboa.

  • Large a simp evora 1981 jo o cutileiro

    “Simpósio Internacional de Escultura em Pedra – Évora 81”. João Cutileiro.

  • Large  mg 1690xxxx

    Workshop de moldes com Venâncio Neves. Ar.Co, Lisboa, 2007.